O aumento da demanda por produtos ecológicos, como spirulina em pó, maca ou bagas de goji, reflete a preocupação dos consumidores por uma alimentação mais saudável e natural, mas também, no caso da spirulina, pelas novas aplicações para uso industrial, como as encontradas no setor aquícola e cosmético.
A spirulina em pó ou em comprimidos é a forma mais comum de importação desta alga verde-azulada em forma de espiral. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificou como superalimento devido à quantidade de proteínas, vitaminas e minerais que contém, o que tem impulsionado seu consumo e, consequentemente, as importações.
A produção de spirulina orgânica em pó no Brasil é muito limitada, tornando a importação direta de fornecedores asiáticos a melhor opção para o setor de alimentos, bem como para a produção aquícola, cosmética e farmacêutica.
Por sua vez, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) regulamenta a importação de spirulina e outros alimentos no Brasil, garantindo que atendam aos padrões de qualidade e segurança estabelecidos. Além disso, a Lei nº 10.831/2003 estabelece as normas para a produção, certificação e comercialização de produtos orgânicos no país.
Spirulina em pó orgânica e novos nichos de mercado
As importações de spirulina em pó têm um grande nicho de mercado no setor alimentício, tanto animal quanto humano. Atualmente, grande parte da proteína contida em rações vem das farinhas de peixe. No entanto, os altos preços e a dificuldade de abastecimento deste produto têm levado a uma maior atenção à spirulina em pó orgânica ou convencional como uma melhor alternativa às farinhas de peixe, as únicas de origem animal permitidas na União Europeia.
As múltiplas propriedades da spirulina chamaram a atenção dos pesquisadores nos últimos anos, pois não apenas é útil como fonte de proteínas, mas também para a obtenção de pigmentos e outros produtos de alto valor agregado destinados aos setores nutracêutico, cosmético e farmacêutico. Além disso, estão sendo estudadas potenciais aplicações no setor energético como matéria-prima para a produção sustentável de biocombustíveis.
Produção e importação de spirulina orgânica
A spirulina em pó tem um alto teor de proteínas (entre 60 e 70% de seu peso seco) e ácido gammalinolênico (GLA), um lipídio especial. Também contém pigmentos que atuam como antioxidantes (ficocianina, clorofila A, mixoxantofila e zeaxantina, entre outros). Além disso, é rica em vitaminas, provitaminas e minerais. A isso se soma sua alta digestibilidade (aproximadamente 84%). Essa grande digestibilidade se deve à ausência de celulose, o que evita tratamentos prévios, como ocorre no caso da farinha de soja. Por esses motivos, é ideal para a produção aquícola.
Quando começaram a ser discutidos seus benefícios para a indústria, a produção de spirulina na China dobrou em um único ano (entre 2003 e 2004), segundo dados do relatório “Fisheries statistics” da FAO. Desde então, as importações de spirulina orgânica em pó não pararam de crescer. Atualmente, milhões de pessoas em todo o mundo utilizam essa alga como suplemento alimentar, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por sua vez, as Nações Unidas (ONU) recomendam seu uso em situações de desnutrição aguda e crônica em casos de emergências humanitárias.
A produção industrial de spirulina é realizada em tanques abertos, mas a necessidade de sistemas de cultivo eficientes levou ao desenvolvimento de novos sistemas fechados de crescimento (fotobiorreatores). O produto seco é transformado em flocos, comprimidos ou em pó, dependendo da finalidade da matéria-prima. Seu uso em pó é comum em sucos, saladas, purês, iogurtes ou confeitaria, entre outros, embora seja principalmente consumido em pó prensado em forma de comprimidos.
Vale ressaltar que a importação de produtos orgânicos no Brasil triplicou nos últimos anos, conforme consta no relatório sobre o mercado orgânico publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Nossos principais fornecedores estão na União Europeia, América do Sul, Tunísia e Índia.
Na Bull Importer, trabalhamos com fornecedores certificados de spirulina orgânica em pó. O produto importado passa por um processo de controle de qualidade e cumprimento das normas necessárias para sua comercialização, conforme estabelecido no Regulamento (CE) nº 834/2007.