A boa saúde do comércio internacional de mercadorias parece ter se consolidado em 2018, apesar da política comercial restritiva que os Estados Unidos têm implementado recentemente. As previsões apontam para um crescimento do comércio mundial em torno de 3,5% para o ano que se inicia agora, um número semelhante ao que fechou 2018. Desde 2017, temos observado uma forte aceleração como resultado da recuperação da economia mundial. Naquele ano, o crescimento foi de 4,5%, muito acima das cifras dos anos anteriores. As economias emergentes lideraram o crescimento, com taxas de 8,9% no Leste Europeu, 7,3% na Ásia e 4,9% na América do Sul. Os Estados Unidos cresceram mais do que a zona do euro, que atingiu apenas 3,5%. Em 2018 e 2019, espera-se que o crescimento do comércio internacional de mercadorias permaneça sólido, com um crescimento sustentado de cerca de 3,5%.
Uma perspectiva otimista para as importações
O bom clima econômico tem propiciado conversas para fechar novos acordos comerciais entre a União Europeia, a Ásia e a América do Sul. Apesar do protecionismo dos Estados Unidos, essas conversas abrem portas para um maior crescimento do comércio internacional de mercadorias a longo prazo. Uma das chaves dessa perspectiva otimista está na importante contribuição da China para o comércio mundial. Suas exportações aumentaram 6,8%, e o crescimento de suas importações atingiu 7,3%. Outro fator determinante foi a gradual redução do protecionismo que se estabeleceu após a crise de 2008 e que permaneceu forte até 2014. Embora os Estados Unidos tenham voltado a adotar medidas restritivas, tudo indica que essa postura não terá efeitos reais significativos, uma vez que seus tarifas, se implementadas, afetariam apenas uma pequena parte do comércio internacional anual.
Dados positivos para as importações e exportações espanholas
As exportações espanholas aumentaram 3,1% em termos anuais, com cifras que superaram os 24.000 milhões de euros. Por outro lado, as importações também tiveram um bom desempenho em 2018, com uma taxa de crescimento anual de 7,7%, o que resultou em mais de 27.000 milhões de euros. Embora os dados oficiais ainda sejam provisórios, as exportações diminuíram 1,9% em termos anuais em volume; em contraste, as importações aumentaram 0,9% em volume. O motivo é que os preços, aproximados pelos índices de valor unitário, aumentaram 5,1% no primeiro caso e 6,7% no segundo. Os setores que mais contribuem para o comércio internacional em nosso país continuam sendo bens de equipamento, alimentos, bebidas, tabaco, produtos químicos e automóveis. A União Europeia é a maior receptora das exportações espanholas, com 65,6% do total. Os destinos fora da comunidade, com 34,4%, também registraram dados positivos. Os principais destinos fora da UE foram os Estados Unidos, a Turquia e a Argélia. Por regiões autônomas, a Andaluzia foi a que registrou a maior taxa de variação anual, seguida pelo País Basco e pela Comunidade Foral de Navarra. Os piores dados foram observados nas Ilhas Baleares, Extremadura e na Comunidade de Madrid. Na União Europeia, as exportações da Alemanha, França, Itália e Reino Unido aumentaram. Fora da UE, a China se destacou como um dos principais exportadores, com um crescimento anual de 10,2%, seguida de perto pelos Estados Unidos (9,3% ao ano) e pelo Japão (6,7% ao ano), que ocupam o terceiro lugar.
A importação na Espanha: de onde vêm nossas compras
Os principais países de origem dos produtos importados pela Espanha são Alemanha, França, Itália, China e Holanda. Esses dados destacam a heterogeneidade de nossas importações. O volume de compras desses países é o seguinte: Alemanha: 12,22% França: 11,78% Itália: 6,29% China: 5,71% Holanda: 5,03% Como pode ser observado, a China continua sendo nosso principal fornecedor fora da União Europeia. As oportunidades de comércio com esse país são numerosas. Entre os produtos mais exportados pela China estão máquinas elétricas e eletrônicas, têxteis, ferro, aço, equipamentos médicos e brinquedos.